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A COVID-19, em dados oficiais, já matou mais de 43 mil pessoas no Brasil, além de já ter contaminado quase 1 milhão de pessoas. O combate ao novo coronavírus exige equipes multiprofissionais que vão além dos médicos e enfermeiros. Na linha de frente os biomédicos se destacam por estarem diretamente ligados aos tratamentos adequados e a qualidade de vida dos pacientes.
Os Biomédicos fazem parte dos diversos processos que envolvem a saúde e a doença dos indivíduos. Atualmente, quando as pesquisas para cura estão sendo feitas em tempo real, eles são indispensáveis. “Para o entendimento da dinâmica de uma nova doença como é a COVID-19 são necessárias várias estratégias conjuntas. No campo da saúde, além da assistência prestada diretamente aos doentes são necessários o diagnóstico, as pesquisas sobre o novo agente etiológico e suas ações no organismo infectado, o desenvolvimento e os testes de novos fármacos e vacinas, o monitoramento e a investigação epidemiológica”, explica a professora da UNINASSAU e Biomédica Renata Vasconcelos.
Ainda segundo Renata, que leciona em cursos de farmácia e biomedicina, a atuação é feita em hospitais em que as pessoas doentes estão sendo tratadas, nos centros de referência de diagnóstico e pesquisa e também na vigilância epidemiológica. O campo de atuação é amplo, mesmo fora do contexto que estamos vivendo. “A maioria dos biomédicos acaba por trabalhar com as análises clínicas, seja nos exames básicos ("de rotina") ou nos exames especializados, como é o diagnóstico do SARS-CoV2, mas as áreas de atuação são muito mais abrangentes do que apenas o diagnóstico. Nossa formação contempla o fundamental para que o profissional siga por caminhos distintos, a depender de sua vocação e de sua formação complementar, que pode se dar através de pós-graduações lato sensu ou strictu senso (mestrado e doutorado)”, diz a biomédica.
Apesar da importância desses profissionais na pandemia, ainda falta valorização para o trabalho que eles desenvolvem. Desde os primeiros casos confirmados no país há uma “guerra” travada contra a ciência, prejudicando a credibilidade e até mesmo a autoestima de quem está arriscando a saúde diariamente. “Estamos desde o princípio da pandemia expostos ao SARS-CoV2, tivemos que mudar drasticamente nossas rotinas e o diagnóstico é visto como crucial para a contenção da pandemia por todo o mundo, mas o Brasil ainda não investe o quanto precisaria investir para que tenhamos um volume de testagem adequado para as dimensões do nosso território”, conta a professora da UNINASSAU e Biomédica Renata Vasconcelos.
Atualmente o Brasil realiza testes, na maior parte dos casos, em pacientes que estão em situação mais preocupante, o que acaba prejudicando o cenário real da doença no país. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que quanto mais se tenham pessoas infectadas em um território, mais se façam as testagens, como ocorreu na Espanha e na Itália, por exemplo. Uma plataforma adotada pela Universidade Johns Hopkins, em Londres, a Our World in Data, mostra dados da COVID em todo mundo. De acordo com as divulgações, o Brasil testou 2,28 pessoas a cada 100 habitantes até a primeira semana de junho, enquanto os Estados Unidos, que apresenta números expressivos de mortos e infectados chegou a 61,59 testagens para cada 100 mil habitantes.
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