
Gastos acumulados das festas de fim de ano somados às despesas típicas do início podem aplacar a tranquilidade das férias de muita gente. Para que isso não aconteça, é necessário planejamento. Os tempos são de crise financeira e instabilidade econômica, portanto se antecipar é fundamental. Se programar para as despesas, planejar para evitar dívidas, poupar para emergências e não perder o controle dos gastos, para não acabar passando o ano inteiro pagando contas, são objetivos que devem estar sempre em mente.
A professora Ivana Drago, coordenadora do curso de Ciências Contábeis, da UNAMA, traz dicas sobre este tema:
Como montar uma planilha de receitas e gastos ajuda no controle do dinheiro?
Utilizar uma planilha de controles de finanças pessoais, registrando as entradas de dinheiro e categorizando os gastos, torna possível saber onde cada centavo é aplicado, quais despesas consomem mais recursos, identificar possíveis gastos desnecessários, economizar, etc., ajudando não só a evitar e repetir erros, como também a planejar futuros investimentos.
Muitas pessoas se esquecem de calcular se a renda mensal suporta novos gastos além das despesas recorrentes, por isso escolhem suavizá-los em longas parcelas na hora da compra. Quais são os riscos de um parcelamento de longo prazo?
O ideal é economizar primeiro e comprar à vista com desconto depois, porém este não é um hábito da maioria dos brasileiros. Geralmente não há vantagem nas compras a prazo porque se paga também juros de financiamento, ou seja, acaba saindo mais caro. Então além de pagar mais, a pessoa compromete sua renda por um longo tempo, o que pode impedir de investir em algo de maior importância. Outro risco que deve se levar em conta é uma possível incapacidade futura de pagar o compromisso no caso, por exemplo, de desemprego.
Negociar dívidas antigas em busca de abatimentos nas multas e juros é algo que pode ser feito em qualquer época do ano?
Sim, sempre o credor estará disposto a negociar. Alguns bancos ou empresas, inclusive financeiras, fazem promoções em determinadas épocas do ano, geralmente quando sabem que o consumidor pode ter uma folga de dinheiro (como no final do ano com o 13º salário), o que pode ser uma boa opção. Não devendo o consumidor esquecer-se dos compromissos de caráter anual logo no início do ano como material escolar, IPTU, IPVA, etc.
Buscar descontos no pagamento à vista, desde o IPTU até o material escolar, deve se tornar um hábito?
Sim, como dito anteriormente, sempre o melhor é economizar primeiro e comprar/pagar depois, evitando financiamentos, e consequente o pagamento de juros, e ainda conseguir descontos.
Envolver toda a família, inclusive as crianças, na hora da definição de gastos, e ser sincero em relação à situação financeira, ajuda na formação de pessoas mais conscientes economicamente?
Com certeza. Educação financeira tem de começar desde cedo. Ensinar a criança a poupar, gastar dentro de sua disponibilidade e sempre ter uma reserva financeira irá fazê-la um adulto conscientizado economicamente.
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