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Por Lara Tôrres
Jogos eletrônicos são uma ótima forma de se divertir, se emocionar e passar o tempo - quem nunca passou horas no Mario Kart ou chorou com The Last of Us atire a primeira pedra!
Com a pandemia de Covid-19, o mercado de jogos foi impulsionado no Brasil, uma vez que as pessoas precisavam de algo para amenizar o impacto do isolamento social. Segundo a Pesquisa Games Brasil, 46% dos gamers brasileiros passaram a jogar mais e a importação de jogos nacionais aumentou 600%.
Os jogos, contudo, podem ser não apenas um meio de lazer, mas também o sustento e profissão dos apaixonados por games. Hoje, diversos profissionais são necessários na cadeia de produção de jogos, consoles e computadores, criando um amplo mercado de trabalho.
Para se dar bem, é preciso estudar e desenvolver habilidades importantes. Neste texto, você vai saber mais detalhes sobre a carreira de designer de jogos: mercado, remuneração, formação e perfil do profissional!
O que faz um game designer?
De acordo com o Mestre em Ciência da Computação, Rômulo Pinheiro, que trabalha como professor e coordenador do curso de Game Design na UNAMA, o designer de games é responsável por “coordenar a equipe e desenvolver o conceito do jogo para que todo o time esteja alinhado”.
É possível ser o dono do seu estúdio de desenvolvimento, ou um líder designado por uma empresa para coordenar criar o jogo, pensando detalhadamente a integração de diversas áreas correlatas que convergem no processo de desenvolvimento, como roteiristas, músicos, artistas, etc.
O que é preciso estudar para enveredar na carreira?
Segundo o professor Rômulo, o ideal é fazer um curso superior na área de games, onde serão estudados temas como desenho, linguagem visual, sonorização e áudio e vídeo, computação gráfica, empreendedorismo, gestão do design e marketing de games.
Além disso, é necessário aprender a utilizar algumas ferramentas e técnicas correlatas à profissão, como, por exemplo, game engines, ferramentas de design e linguagens de programação. “Como o projeto de um jogo envolve bastantes pessoas e áreas diferentes, deve-se implementar metodologias ágeis nas equipes, para superar os desafios de cada fase do projeto”, explicou ele.
O curso dura quanto tempo?
O curso em EAD de game design da UNAMA dura em média dois anos. Segundo o professor e coordenador, Rômulo Pinheiro, isso representa uma vantagem em relação aos outros, agilizando a entrada no mercado de trabalho.
Como é o mercado de trabalho?
O professor Rômulo explica que o mercado de games (e da Tecnologia da Informação como um todo) está muito aquecido e propício a novos desenvolvedores, devido à escassez de mão de obra qualificada e especializada.
“Há poucos profissionais qualificados para a área, ou seja, muita oferta de emprego e poucas pessoas disponíveis. O mercado de jogos digitais é o setor econômico que compreende o desenvolvimento e a monetização de games, desde a produção até a pós-venda”, conta o professor.
A influência do Brasil no mercado internacional de jogos está cada vez maior. De acordo com um estudo do BNDES, em 2010 a América Latina ocupava 2% do mercado mundial de jogos.
Pode parecer pouco, mas Rômulo explicou que em 2019, a Newzoo - uma empresa do mercado de dados sobre jogos - já colocava esse número em 4%, o dobro da década anterior. Isso representa uma enorme aceleração no crescimento do país no cenário mundial.
E não é só no mundo dos games que a indústria de games atua. Segundo o professor Rômulo, os simuladores, que nada mais são do que jogos feitos sob medida para o treinamento de profissionais que enfrentarão certas situações na vida, fazem parte da rotina de pilotos de avião, profissionais de exploração de petróleo e estudantes de medicina.
Qual a média de remuneração?
A faixa salarial do Designer de Games fica em torno de R$ 3.042,76, podendo chegar até R$ 10.798,44, sendo que R$ 4.173,66 o piso salarial de 2022, definido por acordos coletivos para profissionais contratados pelo regime CLT.
Perfil do bom profissional
De acordo com o professor Rômulo Pinheiro, além de gostar muito de jogos eletrônicos, é necessário gostar também de programação e envolvimento com lógica de programação, tornando o profissional versátil. Outras habilidades importantes são a proatividade, criatividade e saber trabalhar com metodologias ágeis.
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