
Por Lana Mota
A violência contra a mulher não começa na agressão física, mas é resultado de comportamentos verbais no início do relacionamento. Em muitos casos de violência doméstica, é difícil a mulher conseguir identificar os abusos e reconhecer-se na condição de vítima, sobretudo quando se trata de modalidades de violência diversas das agressões físicas.
De acordo com a docente de Direito Penal da UNAMA, Natasha Lazzaretti, isso acontece porque as outras formas de violência contra a mulher (psicológica, moral, patrimonial e sexual), em regra, iniciam em manifestações sutis e vão se intensificando ao longo do tempo.
“Em gestos que ferem a moral e a privacidade, a vítima acaba naturalizando tais violações, atribuindo-as erroneamente aos 'cuidados', ao 'zelo' e ao 'excesso de sentimento' do homem autor de violência", destaca a docente. A advogada ressalta que a violência doméstica é cíclica, e a cada novo conflito as manifestações de violência vão se mostrando mais severas, podendo culminar em situações críticas de cárcere, agressões e feminicídio.
“A mulher deve estar atenta, mesmo às menores intercorrências que sinalizem um comportamento abusivo por parte do companheiro. Atitudes voltadas a garantir controle, isolamento e manipulação são frequentes nestes casos e demandam a adoção, pela vítima, de uma postura em que reafirme seu espaço e sua individualidade”, explica Lazzaretti.
Em Santarém, somente no ano de 2022, foram registrados na Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Mulher (DEAM) mais de 1400 casos de violência. A orientação para quem está sofrendo ou já sofreu algum tipo de agressão, seja física ou psicológica, é buscar orientação junto aos órgãos competentes.
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