
Pesquisadores da graduação em Engenharia Civil da UNAMA – Universidade da Amazônia desenvolveram uma manta impermeabilizante feita a partir de garrafa PET. O projeto surgiu da necessidade de contribuir com o meio ambiente e baratear os custos dos materiais de construção civil. O trabalho é inédito, exclusivo no Brasil e apresentou resultados positivos na primeira fase de execução.
O protótipo foi desenvolvido como projeto de conclusão de curso do acadêmico Alexandre Dias, ainda como monitor do Escritório-Técnico de Engenharia Social da UNAMA. O primeiro passo da pesquisa foi selecionar uma cooperativa de materiais recicláveis que tivesse o plástico triturado. “Nós achamos uma cooperativa no Aurá, em Ananindeua, que já faz esse processo com o plástico. O material não é vendido em grande quantidade por ter baixo custo e a proposta sempre foi de usar a própria garrafa PET como impermeabilizante”, disse Alexandre.
Depois, o material passou por três diferentes peneiras para achar a granulometria com a espessura ideal para o produto. “Foram colhidas quatro amostras - 2.38mm, 1.10mm, 0.59mm e 0.2.10mm -, então pegamos a garrafa PET moída, misturamos com cola e cimento”, explica o aluno. O protótipo foi submetido a quatro corpos de ensaio e apresentou excelente resistência. “Os testes de capilaridades mostraram que o produto tem grande potencial para ser impermeável e já temos resultados positivos. Ainda não é 100%”, lembra o acadêmico.
No mercado existem vários tipos de impermeabilizantes. Em geral, eles são usados em lajes, revestimentos de piscinas, parede, pisos, entre outros. De acordo com o professor e coordenador do projeto, Mike Silva, o protótipo é economicamente viável e ecológico. “O estudo foi planejado para criar um impermeabilizante mais barato. Atualmente, os utilizados pela construção civil são feitos de materiais químicos, dissolvido em água. O custo médio do produto industrial sai em torno de R$ 110. Enquanto para se fazer a mesma proporção com a fibra da garrafa PET gastamos em torno de 20 reais. O impacto também é ambiental, já que em cada saca comprada contém - em média - umas cem garrafas, o que demoraria cerca de 400 anos para se decompor na natureza”, disse o especialista.
A primeira montagem do protótipo durou cerca de oito meses para ser concluída. O estudo segue avançando. “O próximo passo é criar um impermeabilizante líquido, no qual conseguiremos misturar as adições corretas e que o material fique 100% impermeável”, finaliza o aluno.
Comentários