
De 19 a 23 de julho, o ZOOUNAMA participará do Flota de Faro, evento realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (IdeFlor-bio) do Governo do Estado do Pará, no município de Faro. O zoológico participará de palestra com tema “Importância da preservação do Peixe-boi”.
De acordo com o médico veterinário do zoológico Jairo Moura, das três espécies de peixes-boi distribuídas em regiões tropicais do mundo, o peixe-boi-da-amazônia é o único exclusivo de água doce. Além de ser o menor entre os três tipos, ele se diferencia das outras espécies por não possuir unhas na extremidade das nadadeiras peitorais, apresentar manchas brancas ou róseas na região ventral e coloração muito mais escura. Endêmico da bacia amazônica, é encontrado nos rios e lagos de todos os tipos de água que existem na região. Herbívoro, as macrófitas aquáticas e semiaquáticas são a base principal da sua dieta, chegando a consumir até 14kg em massa vegetal.
“É muito importante levarmos para fora de Santarém abordagens como essas, haja vista que o projeto do ZOOUNAMA é o único no Estado do Pará que acompanha todo processo dos mamíferos que chegam feridos ainda filhotes para tratamento. Sabemos que, em virtude da variação hidrológica da região, a quantidade das macrófitas, ou seja, plantas aquáticas, varia bastante, forçando uma adaptação de acúmulo de gordura durante o período do aumento do nível das águas, quando esses vegetais são mais abundantes. Durante a seca, quando a vegetação aquática fica escassa, o peixe-boi metaboliza essa gordura como fonte de energia”, frisa Moura.
Todas as espécies de peixes-boi estão classificadas pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) na categoria de vulnerável à extinção devido à intensa caça comercial e de subsistência que ocorre no Brasil desde o período colonial. Apesar de protegido por lei Federal desde 1967, esses animais são mortos pela sua carne, gordura e couro. A caça de subsistência e um comércio ilegal de pequena escala ainda persistem na Amazônia. A sobrevivência desse ilustre representante da fauna selvagem brasileira depende de ações de proteção dos ambientes aquáticos da região, do devido cumprimento das leis vigentes e, principalmente, da educação da população.
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